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terça-feira, 2 de novembro de 2010

De onde Vem Atividade paranormal!

De onde vem a Atividade Paranormal

É inevitável ver um e pensar no outro. “Atividade Paranormal” remete diretamente a “Bruxa de Blair”. Afinal, trata-se de um marco da histeria e da confusão entre ficção e realidade. Nunca se viu fenômeno igual. Mas a “Bruxa” não foi o primeiro filme a se apresentar como um falso documentário de imagens reais, tampouco o primeiro construído a partir de registros supostamente encontrados numa câmera abandonada.
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Atividade Paranormal
 Um cineasta em particular se especializou há mais de 40 anos em manipular o público mais impressionável, criando uma imponente filmografia de falsos, mas convincentes documentários com atores.
O inglês Peter Watkins era tão bom que até ganhou o Oscar de Melhor Documentário com um filme de ficção – o único da História a ludibriar a Academia nessa categoria.
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O Jogo de Guerra
O filme em questão é “O Jogo de Guerra” (The War Game, 1966), um docudrama sobre os horrores que acontecem numa cidadezinha britânica após um ataque nuclear. Foi produzido pela BBC como um especial de TV de 1h de duração, mas, quando ficou pronto, os responsáveis pela censura ficaram tão chocados que decidiram proibir sua exibição. Acabou indo para o cinema.
Filmado em locações reais, com atores amadores e baixo orçamento, “O Jogo de Guerra” foi construído em parte com entrevistas e em parte com “reencenações” de fatos supostamente acontecidos. Com criatividade e conteúdo original, inaugurou uma nova escola de filmagem que, mais de 40 anos depois, resultou em “Distrito 9”.
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Parque da Punição
Mas Watkins estava só ensaiando. Em 1971, ele criou o documentário fake definitivo: “Parque da Punição” (Punishment Park).
As imagens de “Parque da Punição” eram supostamente captadas por uma equipe de reportagem da televisão. Os jornalistas acompanhavam policiais militares transportando hippies, desertores e militantes durante três dias de exercícios no deserto. A cobertura mostraria ao mundo como era, na prática, o cumprimento de uma nova pena alternativa para crimes contra o “sistema”, baseada em conceitos de civismo. Mas, durante as filmagens, os comportamentos se acirram e, por meio de tortura psicológica e trotes físicos, os militares levam os hippies aos limites da sanidade.
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Parque da Punição
A filmagem é com câmera tremida na mão, a atuação parece completamente improvisada e os atores têm colapsos autênticos diante dos excessos cometidos por seus captores. O resultado é tão convincente que o filme se tornou maldito, foi banido e ficou fora de circulação durante anos.
Também maldito, proibido e chocante, o italiano “Holocausto Canibal” (Cannibal Holocaust, 1980), de Ruggero Deodato, inaugurou a tendência do “filme encontrado”, que é a base de “A Bruxa de Blair”, “Cloverfield” e “Atividade Paranormal”.
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Holocausto Canibal
Na trama, um antropólogo nova-iorquino lidera uma busca por uma equipe de documentaristas desaparecidos na Floresta Amazônica. Encontra seus restos mortais e vários rolos do filme que rodavam. São as fortíssimas e realistas imagens “encontradas” que o público passa a acompanhar então, numa mudança de perspectiva, que revela o destino dos documentaristas entre uma tribo de canibais.
Considerado um dos mais perturbadores filmes de todos os tempos, “Holocausto Canibal” causou ainda mais controvérsia que “A Bruxa de Blair” e “Atividade Paranormal” juntos. Em sua estreia italiana, o filme foi confiscado por ordem judicial e o diretor preso sob acusação de obscenidade. Depois de preso, Deodato foi ainda indiciado por ter feito um “snuff film”, alegação alimentada por rumores de que alguns atores foram mortos de verdade diante das câmeras.
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Holocausto Canibal
Embora Deodato tenha sido inocentado, a lenda pegou. Muita gente passou a acreditar que o “filme encontrado” era real e “Holocausto Canibal” acabou banido na Itália, no Reino Unido, na Austrália e em vários outros países. O filme, de fato, inclui mortes genuínas de seis animais, violência sexual e muitas barbaridades sanguinolentas. Não é recomendado para quem tem estômago fraco.
Dois filmes de 1998 quase anteciparam o impacto da “Bruxa de Blair”. O primeiro, “A Lenda do Chupacabra” (The Legend of Chupacabra), é um suposto documentário sobre a caça ao Chupacabra. A premissa, de investigação de uma lenda urbana por um grupo de documentaristas, é a mesma da “Bruxa”. Mas os atores dessa produção Z da Troma, dirigida pelo péssimo Joe Castro, são tão ruins que o filme nunca corre o risco de convencer. A câmera tremida e a filmagem em locação real são apenas características trash do projeto, que mais parece uma sátira de programa do Discovery Channel com dificuldades técnicas.
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A Lenda do Chupacabra
Já as diferenças entre “A Bruxa de Blair” e “A Última Transmissão” (The Last Broadcast) quase tiveram que ser decididas na justiça. Os filmes são virtualmente idênticos tanto em termos de roteiro quanto na técnica empregada. Ambos utilizam a mesma abordagem de cinema vérité e falso documentário, com filmagem encontrada e atores iniciantes, para contar o mistério de três cineastas mortos enquanto investigam uma lenda urbana numa área florestal remota.
Feito um ano antes, “A Última Transmissão” não encontrou distribuição. Ele despertou desconfiança pelo estilo amador de sua filmagem e também por seu pioneirismo. Foi o primeiro filme feito “sem filme”, totalmente digital, gravado em HD, editado e enviado para os cinemas por computador. Sua primeira exibição foi a primeira exibição digital, na qual o filme foi “baixado” para a sala de projeção. Desse modo, o filme percorreu festivais por todo o mundo.
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A Última Transmissão
Custou: menos de US$ 1000,00 e foi pós-produzido no desktop dos diretores. Mas o único dinheiro que a produção fez veio da Artisan, que indenizou seus realizadores pelas similaridades com a “Bruxa”. Curiosamente, também eram dois diretores, Stefan Avalos e Lance Weiler, que com o pagamento desistiram da via judicial.
Em “A Última Transmissão”, os diretores reais interpretam os papéis principais. Weiler e Avalos vivem apresentadores do programa de TV a cabo “Fato ou Ficção”, que decidem aumentar a audiência com uma transmissão ao vivo, no meio da mata em que o lendário Diabo de Jersey supostamente vive. Junto com eles, vai um cameraman e um psíquico, mas a transmissão é interrompida e o sinal, assim como a equipe, se perde. O resgate só encontra o psíquico vivo, coberto de sangue. Foram precisos quatro dias para o legista juntar todos os pedaços de corpos espalhados no mato. Mas um documentarista resolve partir das imagens gravadas por Weiler e Avalos para criar um novo filme, uma investigação dos assassinatos, que aprofunda o mistério em busca de explicações.
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A Última Transmissão
Não foi somente “A Última Transmissão”, todos os filmes que vieram antes de “A Bruxa de Blair” acabaram eclipsados pelo frenesi que aquele filme despertou. Pela primeira vez, as pessoas acreditaram que “aquilo” que viam era real. O público viu sombras e olhos arregalados, ouviu ruídos e respiração, e se apavorou como nunca antes e como só veio a tremer novamente com “Atividade Paranormal”.
Leia aqui como foi o impacto da “Bruxa de Blair”, uma entrevista com o diretor e depois confira uma galeria com os aprendizes da “Bruxa”.
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A Bruxa de Blair
fonte:http://cinereview-online.blogspot.com/

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